Longe Demais
Longe demais...
O leito já não me descansa
Já não me traz a bonança
Pelo contrário, devolve-me sombras antigas
Memórias que pensava já perdidas.
O Tempo, com quem vou conversando
É o meu fiel companheiro que regista os meus ecos
E anui calado às palavras que esqueci.
Sinto-me esvaído em mim
Destituído de quereres
Seco de emoções e de uma saudade indesejável
Como se tivesse mergulhado numa insónia interminável.
A vida parou com a tormenta
A Lua deixou de me sorrir
E já nem o Sol me alimenta
No meu sonho caio e me deixo ir
Na minha Solidão embriagante desmaio.
Sem que tenha forças sequer para reagir
Quero e espero por submergir
Respirar cada vez mais em vão.
Sem que tenha forças sequer para tirar os olhos do chão
Vou ficando dormente e sem imaginação
Cada vez mais inerte e distante.
Sem que tenha forças sequer para estar triste ou descontente.
Tento ir para o horizonte onde sempre quis estar
Mas é longe demais, mesmo para o meu olhar.
Vou embora
Não sei para onde nem se também vais
Apenas que vou para longe
Onde tudo é longe demais...
Eugénio Rodrigues
(foto de Rosalina Afonso)
3 Comments:
Maravilhoso! Quero mais!
Quero muito mais!!!!
Quero ler todos os outros e quero incentivar-te a partilhares todos eles com os anónimos leitores de papel!
*****!!!
Beijos
Sita
Bjinhos Sita
Volta sempre
Eugénio
LINDO... PERFEITO!
É SIMPLESMENTE MARAVILHOSO, TUDO QUE ESCREVES...
PARABÉNS!!!
CAROL ARAÚJO.
Post a Comment
<< Home