Amar é...!
Amar
Amar é uma arte aqui ou em Marte,
Ou até na parte onde me sinta um alarve
Ao consumir-se sem entrave, uma realidade
Que tão mal nos faz com a verdade.
A insensibilidade nos fere
Golpes mortais nos desfere
Portais para uma vida que nos retém
Qual prisioneiro ou refém
Nos anais da pressão ou da sensação
Do abandono e falta de atenção.
Às vezes Amar é persistir e insistir
Em tudo afastar da ponta dos dedos
Para que o sentimento não seja um elixir
Conspurcado pelos inseguros medos,
Como ondas esmagadas nos penedos.
Às vezes Amar é verter lágrimas salgadas de fel
De um destino que julgamos ser de mel
Mas que depressa se desfez
Como a insanidade e a palidez
Dos moinhos de vento de D. Quixote,
Ou chama que se esvai do archote,
Castelos de areia levados pelas vagas,
Brancas, violentas e arqueadas
Furiosas porque destroem
Corajosas porque morrem
Sem nunca deixarem de chegar
A sua Praia, ao seu lugar,
Como o som cristalino do oboé
Dia após dia, maré após maré...
Amar são palavras revoltas
De partituras encantadas e soltas
Folhas separadas pela imaginação
E pedras esculpidas pelo coração.
Amar é perder sem esquecer
É perdoar sem magoar
É possuir sem tolher
É precisar sem esgotar
É desejar sem obcecar
É aguardar sem desesperar
É dar sem pedir e receber sem esperar.
Amar é ser belo e altivo
E no entanto, absorvente e destrutivo.
É não ter solução nem antídoto
Para a loucura sem tempo ou centímetro.
É ignorar as contra indicações
Listas de mágicas poções
Ideais ou livros de receitas
Dores, orgulhos e maleitas.
Amar é deixar de ser o “Eu”
Sem ter saudades pelo que morreu
E passar a ser o “Nós”
Dois corpos, duas mentes, e duas almas
Que se transportam com uma só voz.
Orquestra de instrumentos vários e errantes
Donde saem sons afinados, melodiosos e tocantes.
É tocarmos onde se escondem os segredos
E deixarmo-nos tocar sem freios nem medos
Como uma criança embalada no seu berço.
Amar é estar sereno
É repousar no mundo terreno
Nas copas das árvores esquecido
Enquanto respiramos os raios de Luz
Que cintilam por entre as folhas perfumadas
Trémulas com o vento e despregadas.
Amar é saber deixar e largar
Quando o outro assim o desejar
É entregar-nos a alguém sem demora
Mesmo sabendo que um dia se vai embora
E que no final do amor
Haverá sempre a tristeza do perder.
Amar é nunca deixar de acreditar
Que o amanhã é sempre melhor que o hoje
É fazer com que o presente nos encha de tal forma
Que o passado nos pareça sempre longínquo
Apenas um quadro colorido
Uma foto sorridente
De um momento fugaz e vivido
Mas que não tem a paixão
Nem a intensidade do movimento
Do pulsar irrequieto do coração
Nem da lágrima contida da emoção.
Mas Amar não é nada do que se fala ou se escreve
Porque quem ama sempre sabe de uma forma dramática
Que não conhece as palavras nem a língua que o descreve
As cartilhas dos verbos, adjectivos ou gramática.
Conhecemos o sabor do beijo
O Arrepio, a angústia e o prazer
Misturado com o alívio de nada saber
Excepto que num só se quer fundir
Porque Amar é acima de tudo... SENTIR.
Eugénio Rodrigues
(foto de Rosalina Afonso)
10 Comments:
Adorei, parabéns!
Lindíssimo.. senti cada descrição :) *
Se há coisa que nos realiza, é sentir-mos que alguém sente o mesmo que nós, em abstracto, e que fomos capazes, um dia, por um momento, de o expressar.
Obrigada e parabéns pelo teu Blog. Está tremendo
Belo!!
(Quando sentimos o que estamos a ler...estamos lá :)
Beijinho
Gracias Suavissima
Sente-se, arrepia-se, vive-se enfim!
Bjs
Eugénio Rodrigues
Estou a gostar muito de como escreves.
Amanhã volto para o próximo mês :)
Redonda:
Gracias
Bjos daqui
Eugénio
Redonda:
Volta quando quiseres e em que mês melhor te aprouver
Bjos daqui
Eugénio
Bonjour, heartpierrot.blogspot.com!
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é lindo, maravilhoso tú podia escrever um livro eugênio é mesmo um gênio.
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