Crónica do Filme - Million Dollar baby
MILLION DOLLAR BABY
O meu comentário a Million Dollar Baby bem poderia começar desta forma. Poderia pensar que este filme era mais um sobre Boxe mas não é...
É uma bonita história de Amor.
É uma teia que nos agarra progressivamente a uma emotiva história de um pai que descobre, no meio de um mundo frio e duro como é o do Boxe, uma filha que nunca teve, um sentido para a vida que vai além de uma caixa repleta de cartas devolvidas ao remetente, dia após dia.
E mergulha-nos de tal forma neste drama, ao ponto de deixarmos de esboçar quaisquer sorrisos, não obstante os inúmeros e hilariantes “gag’s” que se vão sucedendo, mesmo até ao último take.
Mas este filme não é apenas uma bonita história de amor.
Não passaríamos disso não fora o elenco de actores que nos é oferecido. Um portento da natureza do calibre de M. Freeman. É um Senhor da 7.ª arte, mesmo num papel secundário, que ainda nos brinda com a narração omnipresente do filme, em voz off, exactamente como António Salieri em Amadeus, de Milos Forman, se bem se lembram, e que então mereceu um Oscar.
Uma Hillary Swank, absolutamente genial, numa interpretação a raiar a perfeição, e que vai do representar da mais entusiasta e enérgica ao comovedor estado vegetativo.
Um Clint Eastwood, no seu melhor, provando que Dirty Harry, detective quase mudo do passado, mais não é do que uma caricatura do monstro do cinema que é hoje este actor. Como o Vinho do Porto, quanto mais velho melhor.
Pois bem, e estes 3 actores são a receita simples do sucesso. Um empregado de ginásio, que é o coração e fiel da balança do seu patrão e treinador de boxe. Este último, alguém irascível, demolido pelas vicissitudes da vida e carcomido pelos remorsos mas capaz de um gesto de amor absoluto.
Uma pugilista, tão rebelde como a vida, “uma vencedora disposta a fazer aquilo que os perdedores nunca fazem”, alguém que quer ter a coragem, o gozo e o prazer de deixar de comer os restos que os outros deixam nos pratos, uma mulher com um coração do tamanho do mundo, tão enternecedora como incompreendida.
Uma Hillary Swank, absolutamente genial, numa interpretação a raiar a perfeição, e que vai do representar da mais entusiasta e enérgica ao comovedor estado vegetativo.
Um Clint Eastwood, no seu melhor, provando que Dirty Harry, detective quase mudo do passado, mais não é do que uma caricatura do monstro do cinema que é hoje este actor. Como o Vinho do Porto, quanto mais velho melhor.
Pois bem, e estes 3 actores são a receita simples do sucesso. Um empregado de ginásio, que é o coração e fiel da balança do seu patrão e treinador de boxe. Este último, alguém irascível, demolido pelas vicissitudes da vida e carcomido pelos remorsos mas capaz de um gesto de amor absoluto.
Uma pugilista, tão rebelde como a vida, “uma vencedora disposta a fazer aquilo que os perdedores nunca fazem”, alguém que quer ter a coragem, o gozo e o prazer de deixar de comer os restos que os outros deixam nos pratos, uma mulher com um coração do tamanho do mundo, tão enternecedora como incompreendida.
O filme é como o mundo do Boxe, cru e nu, ao ponto de ter um tom de verde desbotado e estar desprovido de banda sonora. E no meio desta nortada de sentimentos somos ainda empurrados para o tema da Eutanásia, uma espécie de clímax perturbador, que nos confunde, que nos divide, acabando por partir mesmo aqueles ou aquelas pessoas reputadamente insensíveis.
Meus amigos, poderia este filme, ainda que muito bom, não deixar de ser mais um filme, mas não é...
Realizar no final, que Maggie “respirou fora da tela”, que tudo o que vimos e sentimos é real, traduz-se num choque ainda maior, brutal quase.
Por isso, mais um filme imperdível.
Eugénio Rodrigues
3 Comments:
Chorei no final enquanto ele revelava o significado das palavras impressas "Mo cuishle" (acho) "sangue do meu sangue". Gostei muito do filme (e depois andei a ler páginas do livro na Fnac)
É lindissimo o filme...
Também lá deixei a minha lágrima pois então!
Bjos daqui
Eugénio
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