Como explicar a música?
Como explicar a música!
A propósito de um desafio que vos lançarei mais adiante, trago à memória um filme, Filhos de um Deus Menor.
Era uma vez um professor que se apaixona por uma aluna sua.
Essa aluna tinha a particularidade de ser surda muda.
A vida de ambos era feita de barreiras, de ajustes, adaptações e de lutas contra preconceitos.
E tudo ultrapassavam com base nos amor que os unia.
Um dia, enquanto ele ouvia uma música clássica perfeitamente absorto e perdido, ela ousou perguntar-lhe como é que ele ouvia a dita música, como é que ele a sentia...
Gesticulou, encheu os pulmões e balbuciou algo mas nada lhe saiu a não ser uma lágrima...
Essa foi a sua explicação!
E vocês, como explicariam a música a alguém surdo mudo?
Eugénio Rodrigues
(sugiro Johann Sebastian Bach – Goldberg Variations – 01 – Aria)
49 Comments:
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Filme muito belo... não explicamos todos os dias a quem amamos? Ainda que não haja som, palavras?...
Explicamos com o amor que sentimos , através do olhar, do toque.
Ou simplesmente não se explica , ajuda-se a sentir.
Beijito.
Deixar que leia no nosso rosto o que estamos a sentir???
Não é o rosto a tela onde se desenha, esboça as emoções?
Pergunta interessante - obrigada, um desafio excelente...
Beijos e abraços
Marta
Com um beijo!!!
Como explicar uma música a alguém que ouve?
Há explicação apenas para aquilo que se sente?
beijo
entre braços, envolver a pessoa em simples passos de dança..
sente-se o amor, sente-se a música..
Beijo*
Eugénio,
a música não se explica... Sente-se...
Só através do sentimento se pode exprimir a música...
Nani
Bom! A música sintomo-la na pele..........entra nos poros.........o coração sente toda a vibração da melodia...........o corpo fica invadido por uma sensação única.
Por iso no filme a Marlee Matlin dança descalça.
Parabéns pelo post
Beijinhos com carinho
BomFsemana
Esse filme foi protagonizado pela querida Jodie Foster... gosto muito dela!!!
A linguagem do Amor não tem forma...é sublime...e é entendida por todos os seres que se amam...até num simples encostar ao ombro do outro... e deixar-se estar...o tempo que permaneces lá é a resposta do outro.
Grande filme.
Parabéns pelo texto.
E um surdo mudo é um ser igual..
...tenho um cliente surdo mudo...
entendo-me perfeitamente com ele
....bem hajas ...linguagem gestual
Gostei muito da tua homenagem
Um beijinho
Querido Eugenio, a música não se explica, se sente, cada um a seu modo, ela entra no coração, na alma. Mas um surdo mudo sente atraves do toque, um amigo meu sentia a musica assim.
Um beijo e bom fim de semana menino.
Fica bem
DESCULPA... estou estupidamente confusa.
Não foi Jodie Foster que protagonizou esse filme mas sim MARLEE MATLIN, que com esta interpretação ganhou o óscar melhor actriz em 1987, se a memória não me falha, e contracenou com o "professor" WILLIAM HURT.
Desculpas aceites?
Bjs
Sempre, mas sempre com um sorriso sincero. Um sorriso sentido no brilho do olhar...
Um beijo no meu Pierrot preferido!!!
Não se explica...sente-se!
E..grande filme esse!Adorei..
Um beijo grande para ti Pierrot, tu tens uma sensibilidade fabulosa:)
Como explicaria?
Essa pessoa sentiria o que eu estivesse a sentir, não tenho dúvidas.
Sentiria através do toque, do sorriso...! Essas coisas não se explicam...sentem-se.
Já faz lembrar o nosso Luís" o amor é ferida que arde sem se ver..."...aqui é o mesmo!
Quanto ao filme, é sem dúvida uma pérola no meio de tantos outros sem vida!!
Beijo grande
Amigo Eugénio esta é forte!
Como responder, sinceramente fui apanhado de surpresa…
Diria talvez que determinada músicas quando as ouvimos, são como orgasmos, dão-nos uma sensação que no fundo é indescritível, que nos fazem sentir a capacidade de fazer tudo, de nos transcender-mos…
Abraço.
MÚSICA ... sente-se!...mas um dos sentidos foi o "transmissor" dessas sensações, que são únicas...
Como explicar/transmitir essas sensações únicas a outra pessoa, que nunca conseguiu ouvir/falar???
Talvez com os olhos...não dizem que eles são o espelho da alma??...
mas principalmente com AMOR!!!
o AMOR é a melhor linguagem, sem dúvida!!
...mas persiste a dúvida!...mais um desafio interessante.
Obrigada pelo momento ...de paragem...de reflexão...de pensar em mim e no outro!!!
bjs
Talvez com um abraço...dançado :)
Um beijo daqui.
Solfejando as letras com um olhar ou toque de dedos ou mãos em jeito de caricia, enfatizando a fluidez das sensações... Um beijo :)
Lá estás tu com perguntas dificeis...
As 8.30 da manhã ainda não consigo pensar. Talvez mais logo alguma coisa me ocorra!
beijos e boa semana
Tive um aluno surdo mudo...nas minhas aulas de educação musical...explicar a música?é o verdadeiro acto de amor!
Grande post!
Vi esse filme faz anos e revi-o não faz muito tempo!Um bom filme que lhe valeu alguns óscares!
Uma pergunta interessante a tua!Mas a resposta dependenderia muito da música!Consoante a música eu tentaria expressar da melhor forma o que ela me transmitia!Poderia ser alegria, tristeza, solidão, liberdade, dinamismo,etc.A música pode transmitir isso tudo e muito mais!Por isso eu gosto de tantos tipos de música! Por exemplo, a música que eu tinha no meu blog do Prince, Kiss, acho-a completamente afrodisíaca!É uma musica sensual, envolvente, faz-nos sentir sexys, com vontade de dançar de forma cadenciada, sensual!Já aquela que eu tinha dos The mission, fazia-me recuar no tempo,fazia-me sentir triste!
Quando foste ao meu blog o meu post ainda nao estava terminado, desafio-te a dizeres-me de quem é a música que la tenho agora!Dou-te uma pista, é música gótica!
beijos
Só mais uma coisa, gostei da resposta do Pedro, ele tem razão algumas músicas são como orgasmos! Orgasmos da alma, envolvem-nos e arrasam-nos por completo!Não imagino um mundo sem música!
beijos
Há mesmo certas coisas que não necessitam de palavras... e o significado de um olhar apaixonado? Tudo pode servir para demonstrar a música da alma :)
Boa semana, beijoca!
Só falta uma coisa querido Eugenio, além do mel, dos beijo e dos carinhos, a pessoa certa e o lugar perfeito, as vezes o que se quer esta longe de nós.
Um beijo meu
Fica bem
Temp_nua
Belo filme que foste buscar ao baú cinematográfico! Sim senhor!! : )
xxx
...e que tal colocar a mão do dito surdo mudo sobre o local do nosso coração?! Quem ama uma determinada música traz o alvoroço de um mundo inteiro ao som dela no momento em que esta toca...
Um beijo com sabor a valsas serpentinas para um Pierrot mágico!
SJ
Boa Noite...
Tens um Miocárdio para ti em http://paraladomiocardio.blogspot.com/
Bela pergunta a tua... Talvez lhe mostrasse algo verdadeiramente belo na natureza, uma noite cheia de estrelas e com uma lua cheia magnífica... Talvez lhe colocasse a mão sobre o meu coração e tentasse falar com os olhos, que são o espelho da alma...
Beijinhos!
Tentar explicar a música é como tentar explicar o Amor...é um batimento cardíaco na alma do coração!
(Por falar em coração! Tens um Miocárdio mui giro lá no estaminé da Estranha...)
Cheers
Acho a pergunta fantástica principalmente por ser uma daquelas que não tem resposta. Por mais que tentasse eu nunca saberia explicar a musica. Se alguem o conseguisse fazer seria o meu amigo e músico que muito admiro Victor Rua. Ele soube explicar o silencio talvez soubesse dai explicar a musica.
Aqui está um excerto desse magnifico texto dele:
"pB1: Isso é porque comprei uma nova campainha esta semana - uma campainha silenciosa.
pB2: Uma campainha silenciosa?
mE: Já tinha ouvido falar. Parece que é o último grito em campainhas digitais.
pB2: Uma campainha silenciosa? Mas se é silenciosa, como é que a ouvimos?
pB1: Bom, em primeiro lugar existem diferentes silêncios.
pB2: Diferentes silêncios? Eu pensava que só existia um tipo de silêncio: a ausência de som.
pB1: É uma questão de estarmos atentos e de ouvidos abertos. Ainda há pouco você disse que se sentia hoje particularmente concentrado devido ao silêncio. Aquilo a que você chamou de silêncio, era na realidade um silêncio relativo pois podíamos ouvir o crepitar da lenha da lareira, o vento lá fora, as nossas respirações…
mE: É como na música - também existem variegados tipos de silêncio.
pB2: Na música também? Eu sabia da importância do silêncio na música, em especial na contemporânea, mas não sabia que existiam diferentes silêncios.
mE: Mas é uma realidade, meu caro. Veja o caso do silêncio do compositor John Cage. Creio que já está familiarizado com a composição 4´33´´ de Cage?
pB2: Claro. Tenho até a partitura.
mE: Pois nessa peça, como sabe, o ou os intérpretes deverão não tocar durante um período de 4´33´´. Dessa forma, a experiência auditiva dos espectadores, era um pouco semelhante á vossa durante o vosso jogo de xadrez: vocês eram intérpretes de uma música silenciosa, mas ouviam as vossas respirações, o crepitar da lareira, o vento. Assim, esta composição é sempre diferente, consoante o sitio aonde é executada (sala de concerto, ao ar livre) e das pessoas que assistem ao evento. O que ouvimos, ao escutar o não tocar dos intérpretes, é tudo o resto.
pB2: Creio que já entendi esse tipo de silêncio.
mE: Mas há outros silêncios.
pB2: Quais?
mE: O silêncio - por exemplo - de um outro magnífico compositor americano: Morton Feldman.
pB2: E como é esse silêncio?
mE: Bem, no caso de Feldman, os seus silêncios são constituídos por infindáveis reverberações, como lhes chamou John Tilbury - que como ambos sabem é um experto da música de Feldman.
pB2: Ou seja: embora não haja acção instrumental durante curtos ou longos espaços temporais, o silêncio é constituído por reverberações de acções instrumentais passadas.
mE: Exactamente. Mas há mais: os silêncios de Sciarrino e Nono.
pB1: Ah, que belos silêncios esses…
pB2: Estão a deixar-me curioso. Como são esses silêncios?
mE: São silêncios de certa maneira idênticos. Aliás crê-se que Nono terá tido um primeiro contacto com esse tipo de silêncio numa obra de Sciarrino.
pB2: Sim, mas como os definir?
>mE: São silêncios criados a partir de pianíssimos instrumentais, ou seja, o silêncio de Sciarrino e Nono é constituído de sons instrumentais subliminais - por vezes quase parasitas, no sentido de que são sons que surgem por serem tocados a tão baixas dinâmicas.
pB2: Creio então poder definir esse silêncio como sendo um silêncio sonoro subliminal, não lhes parece?
pB1: Talvez… mas tem que se ter muito cuidado com definições absolutistas e por vezes redutoras, pois sintetizam apenas uma pequena essência de algo muito mais complexo. Veja o exemplo da minha nova campainha: ela reflecte outro tipo de silêncio que existe também em certa música mais recente - o silêncio digital. Certos compositores contemporâneos, incluem o silêncio digital - criado artificialmente nas suas peças. Assim, ao contrário do que acontecia por exemplo nos discos de vinil, aonde o silêncio era constituído pelo ruído amplificado da agulha sulcando o vinil, agora com a tecnologia digital, conseguiu-se criar o silêncio total. Mas como o distinguimos do silêncio do compositor John Cage? Muito simplesmente porque se em Cage o silêncio é alibi para se ouvir tudo o resto, neste caso, no silêncio digital, o que se pretende é a audição desse mesmo silêncio.
mE: Bravo. Muito bem dito.
pB2: Parabéns. De facto começo agora a aperceber-me das subtilezas e idiossincrasias dos diferentes silêncios mencionados. Mas continuo sem perceber como é que se ouve uma campainha silenciosa…
pB1: Muito facilmente, caro amigo: o som da campainha silenciosa é silencioso.
mE: Ah, Ah, Ah.
pB1: Vá meu caro, deixe lá isso, anime-se e beba mais um copo de clarete.
Os três amigos continuaram em animada cavaqueira ouvindo - em loop - a peça4´33´´ de John Cage
Desculpa a extensão mas vale a pena ler.
Até breve.
Isabel
Espantoso Isabel...
De Loucos, mas espantoso.
Muito bom.
Bjos daqui
Eugénio
Magia, já fui ver, fiquei atónito, literalmente!
Nunca pensei...
Bjos daqui
Eugénio
Oh Su, que saudades mulher!
Para quando novo blog?
Bjos aqui
Eugénio
Estranha, estou siderado com o teu miocárdio.
Tens um coração lindo sabias!
Já gostava das fotos que "pintas" nesse "estudio" mas agora que me honraste com essas minhas palavras, bem...!
Muchas Gracias
Bjos daqui
Eugénio
Boa tarde Eugénio:
Passei para te dar um beijo
Amigo ...
A música é um vibrato dentro de cada um... como explicar? Sem explicar ...
Partilhar, no toque, no olhar ...
no sentimento, no movimento ...
Um abraço de Mel
(que hoje escreveu sobre o "Tango", curiosamente...)
PS: O Post? Lindo
Já te tinha lido na Teia, só não sabia o caminho de aqui chegar ...
hj averiguei e cá cheguei. Foi um prazer!
'The sound of silence'...
...
Li o teu post e lembrei-me deste título...
... Sabes, Pierrot, não há dois silêncios iguais. :)
Sorriso.
Como se explicaria a música... e como se explicaria que tudo está contido no silêncio... é só decifrá-lo?
Não há dois poros que se arrepiem de emoção de modo igual... nem dois momentos iguais...
Às vezes... tudo se diz e se explica sem nada necessitarmos de explicar. Basta... tocar no coração do outro e dizer-lhe...'Tu, és assim...'... como a música.
Palavra de mulher!
A todos os que colaboraram neste post, respondendo cada um de sua justiça, queria agradecer os vossos amáveis comentários com os quais aprendi bastante e retribuir-vos toda a simpatia que me deixaram.
Bjos a quem é de bjos e abraços a quem é de abraços.
Eugénio
Novo blog...bem...
A Teia tem funcionado de modo discreto através de amigos...quando estiver restabelecida por dentro talvez a recupere...o tempo diz tudo...a seu tempo mesmo.
;)
Beijos
SJ
Su:
Vá lá Su, não te acanhes.
Força aí.
Bjos daqui
Eugénio
E não é que o Silêncio tem um som "Palavra de mulher"...
É verdade, o silêncio significa e pesa bastante.
Basta escuta-lo.
Bjos daqui e volta sempre.
Já agora, como se acede ao teu blog?
Eugénio
...ainda não é tal questão de tempo mas de apaguizamento de ãnimos como eu digo...passa pela Teia então e escuta a música. Conheces? Esta vem de outros tempos!
Um beijo.
SJ
Peço desculpa pela invasão ao teu blog..
poemas com estas palavras são simplesmente lindos!
Parabéns e um beijo!
a música não se explica.
(a ver o filme.)
abraço
As minhas palavras:
Não precisas nem de pedir desculpa nem de pedir licença, és sempre bem vinda.
Bjos daqui e volta sempre
Eugénio
Tiago Dias:
Pois... se calhar não!
Abraço e volta sempre
Eugénio
Talvez tentasse que sentisse as vibrações para ter uma ideia do ritmo. E depois, pela minha incapacidade em explicar tudo o mais, tentasse desviar o assunto para outras coisas belas, apreendidas por sentidos diferentes: a frescura da manhã e o calor do sol na pele, o cheiro da chuva e da relva acabada de cortar, o sabor da massa do bolo que a seguir se irá cozer e o olhar nos olhos de alguém que nos ama.
Redonda:
Ora aí está uma bonita forma de descrever o indescritível
Gostei dos exemplos ;-)
Bjos daqui
Eugénio
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