Pierrot

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Quando morrer, talvez tenha uma ideia formada sobre mim, se o destino me der esse luxo.

Tuesday, March 27, 2007

Quinta dos animais











Há umas semanas começei a fazer voluntariado para uma Associação que recolhe animais abandonados e os trata com vista à sua adopção por quem se interessar. É a Quinta dos Animais, www.animaisdaquinta.net, e deixo-vos aqui alguns retratos de uns novos amigos meus...

Todos eles trazem consigo uma história de vida, qual seres humanos.
A do Gandhi é a que mais me sensibiliza e vou tentar transcreve-la na 1.ª pessoa.
Olá, eu sou um cão.
Aqueles que gostam e cuidam de mim chamam-me de Gandhi mas eu sou apenas um cão.
É um nome que me diz pouco embora creia que para os Humanos seja alguém que marcou a História com os seus feitos inolvidáveis ligados à Paz e à Liberdade.
Pois eu sou apenas um cão...cego.
Não sei o que me aconteceu mas fui perdendo a visão até que um dia deixei de ver. Não sei se Deus existe, pois não sou humano nem tenho crenças, mas encontrei alguém que foi um Deus para mim. Era um amigo, um cão guia mais precisamente. Não sei como era nem como se chamava pois nós não somos como os Humanos que põem nomes a tudo. Sei porém que me adoptou, que me guiou para todo lado, a comer, a passear, cuidava para que eu não fosse atropelado nem maltratado e estava sempre a meu lado. Sobrevivi graças a ele e mais não tínhamos senão as pedras da calçada e sua inesgotável entrega e amizade. Devo-lhe a vida e seguramente trocava a minha já gasta e diminuida pela dele.
Depois de o perder, perdi-me na minha própria existência. Deixei que as trevas se apoderassem de mim e esperei pelo meu fim. Mas algo aconteceu novamente como se o destino me guardasse ainda algo.
Os Humanos recolheram-me, trataram-me e deram-me guarida naquilo que eles chamam de Quinta dos Animais. Não sei quem são. Pelo que cheiro e ouço serão vários e diferentes e no entanto, todos iguais pelo menos no que os une, ou seja, no amor que têm por nós, simples animais, simples cães. Não sei se Deus existe pois não sou Humano para ter essas crenças, mas acredito na bondade humana.
Obrigado
Cão (Gandhi para os Humanos)


Pretendo com isto sensibilizar-vos para o voluntariado, seja a que nível for e claro, para os animais, uma causa que me é tão cara.

Eugénio Rodrigues
Sugestão musical, Chasing Cars dos Snow Patrol

Wednesday, March 21, 2007

Dia Mundial da Poesia




Poesia...


Entre outras coisas, como por certo já saberão, hoje é dia mundial da poesia!
Em vez de deixar aqui algumas palavras minhas ou um poema de alguém, por forma a celebrar a efeméride, e porque sou um Pierrot irreverente, prefiro que sejam vocês a fazê-lo. Um linha ou uma estrofe, vosso ou de terceiros, genuíno ou dejá vu, branco ou preto, “como lo quieran”.
Eu dou o mote e deixo algo, que podem continuar ou não....


Poesia, palavras que me rompem do infinito
Linhas que suturam a minha ténue imaginação
Sonhos expressos que perduram num grito
Como um caminho árduo para a minha libertação.


Eugénio Rodrigues, Março 2007

(foto de Thomas Hawk - Sunrise)

Sugestão musical - Linkin Park, In the End

Tuesday, March 13, 2007

Solidão




Reponho aqui uma vez mais, algo que já postei, pensando nos mais velhos.

É um tema que me é muito sensível e do qual guardo o maior dos respeitos.

Espero que vos traga algo tal como me trouxe brutalmente esta foto.



Solidão


A Solidão é um estado de alma.
Não adianta quantas pessoas nos rodeiam,
Porque só uma verdadeiramente nos interessa,
Só a escolhida tem a panaceia para os nossos males.


A tristeza e a infelicidade pairam nos espíritos,
Contagiam e destroem tudo o que os rodeia,
Trazem as trevas, o deserto e a penumbra,
Sem misericórdia por aqueles que se lhe atravessam.


(...)


A Solidão não quer amigos nem comiseração
Apenas a solução para fugir de si própria
A solidão é egoísta e destruidora
De todos aqueles que tentam ajudar em vão.


O destino é queimar a consciência
È a letargia que tudo anestesia
È a amnésia que tudo esquece
È a morte que tudo acaba.


O futuro em nada interessa
A felicidade corrói e espeta
Tudo o que se vê aborrece
Onde quer que se esteja está-se sempre longe.


(...)


A amargura não tem limites
È como uma dor que cresce dia após dia
É sentimento que transforma a vida
Num rosário infindável de tédio e desnorte.


(...)


Os dias passam a ser números soltos no calendário,
Que se riscam sem glória ou distinções
As pessoas são estranhas caras e feições
Que em nada ajudam porque em nada nos entendem.


E surge a indomável vontade de por um fim a tudo
Mesclado com a falta de coragem para desaparecer
Para extinguir a triste e dolorosa consciência,
De que ainda faltam anos de solidão para viver.


Eugénio Rodrigues

(foto de autor desconhecido)

Sugestão musical - Deportation Iguazu de Gustavo Santalaolla

Monday, March 05, 2007

Legendas precisam-se...






E se vos pedisse uma legenda para esta foto, o que vos passaria pela cabeça?



Eugénio Rodrigues 2007

(foto de Rosalina Afonso)