Pierrot

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Quando morrer, talvez tenha uma ideia formada sobre mim, se o destino me der esse luxo.

Friday, June 30, 2006

Será que algum dia me viste



Será que algum dia me viste...?
Ou antes preferiste
Sair de alma em riste
Neste mar que já voltou.

Será que sei quem sou...?
Se sou aquele que cuidou
Que amou e desesperou
Que caiu sempre
E com orgulho se levantou.

Será que tu me viste sorrir...?
Porque rio mas não sou feliz
Nem um miserável de raiz
Alma petiz a quem lançam o chamariz.
Sem calma me amasso
E me trespasso nesta couraça de aço
Mas não me desfaço
Desta vida deplorável,
Ainda que adorável e inesgotável.

Será que os teus olhos me viram voar...?
Sozinho a planar
Sem força para dar
De horizonte distante
Num desnorte sem sextante
Mas hirto pela força
Que me rebenta e acalenta
A continuar este caminho meu
Que mais não é do que também o teu.

Será que me viste partir...?
No nevoeiro a sorrir
E carpir mas sem esmorecer
Nem jamais esquecer
Porque tudo aquilo que me deste
Me fez sofrer mas também crescer.

A mim meu peito despiste
Se é que algum dia me viste...!

Eugénio Rodrigues
(foto de Rosalina Afonso)

Wednesday, June 28, 2006

Miss...


I miss home.
I miss my small things that i'm used to.
I miss a land were i belong.
I miss my friends to understand me and to listen just by the way i look.
I miss everything that i've been tooken.
I miss the way i'm used to breathe.
I miss the touch of my fingertips.
I miss the wind that blow's in my face.
I miss so many things that i can't even count it.
I even miss me because i don't recognize me anymore.
I just hope that one day i'll find myself...in your eyes.
Eugénio Rodrigues
(foto do filme I'am Sam...achei apropriado)

Monday, June 26, 2006

Amar sem ser amado



Amar sem ser amado, é como sofrer sem ter pecado.
Sinto o vento que sopra frio e seco,
uma poeira que me crispa os olhos secos de lágrimas
que nunca mais cairam pela vida que me passou ao lado.
Parado num sol que me queima e perdido da minha própria sombra,
toco os meus próprios dedos para sentir...nada!
E no meu jeito desajeitado,
sorrio triste por um tempo que já nada me traz.
Sorrio enquanto espero por uma despedida que finalmente me leve
enquanto desmaio por um amor que por uma vez seja amado.
Para todos aquele(a)s que amam sem serem amado(a)s...
Eugénio Rodrigues
(foto de autor desconhecido)

Tuesday, June 20, 2006

Será que temos um Hino que arrepia?


Neste fim de semana, apesar de já ter alguns jogos internacionais às costas, ouvi pela 1.ª vez o hino nacional antes de um encontro. Não me lembro sequer de o ter ouvido ao vivo noutro evento em que tenha, por exemplo estado a assistir ou a perticipar.
Confesso que senti um arrepio incontrolável por todo o corpo ao ponto de nem sequer conseguir falar durante a "Portuguesa"...
Nunca pensei que tal fosse possível.
Nunca pensei que existisse tamanho sentimento de patriotismo no meu subconsciente, logo eu que sou um critico inveterado da Tugolândia.
É impressionante como há coisas que descobrimos ao "virar de uma esquina", mesmo quando menos o esperamos...
E vocês?
Já o sentiram em algum momento?
Será que o nosso Hino, ou algo análogo, também vos arrepia?
Abraços e beijinhos a todos
Eugénio Rodrigues
(foto de Fiba Europe)

Monday, June 19, 2006

Tão perto e ao mesmo tempo tão longe



Tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Tão próximo da nossa mão, e tão distante da nossa vista.
Tão nítido na nossa alma e tão desfocado na nossa percepção.
Se vemos tudo tão claro, porque deixamos fugir a definição das linhas da nossa vida, algo tão claro e luzidio e no entanto, tão misterioso?
O caminho é muito longo e só vislumbramos a distância da nossa passada.
Tudo o que alcançamos com a mão, escapa-se aos nossos desejos.
Saltas de passo em passo, ora mais alto, ora para o lado, ora tropeças, ora escorregas e ora voltas a subir, mas sempre com o ensejo de continuares até chegares ao teu destino, que, se ainda escapa aos teus olhos, bem certo está no teu sorriso e no teu coração.
Eugénio Rodrigues
(foto de Rosalina Afonso)

Tuesday, June 06, 2006



Só!

Esquecido pelo marasmo
Num pequeno barco sem rumo
Parado em águas calmas como um fio de prumo
Torto pelas ondas que oscilam a proa
Encandeado pelo Sol que cintila e magoa.

O vento da vida já não traz nada de volta
Nem ouve tão pouco os gritos de revolta
Um ofegar quente que te queima o corpo
Um suor dolente que te escorre no rosto

Chegaste só e só continuas
Nesse barco pequeno de insanas loucuras
Mais vale febril de uma inconsciência senil
Que amorfo e sóbrio pelas mundanas agruras.

Chegaste só e só continuas...

Eugénio Rodrigues
(foto de Rosalina Afonso)