Crónica Filme: The Lake House


THE LAKE HOUSE
“E se vives uma vida inteira e afinal não há ninguém à tua espera?”
Esta é a pergunta que atravessa o filme The Lake House, realizado por Alejandro Agresti.
Uma bonita metáfora sobre o amor, sobre os desencontros no tempo, nos lugares, nas pessoas, tudo mesclado num argumento relativamente comun mas apresentado de uma forma arrepiantemente original e onde o real e a ficção caminham juntos sem que isso nos choque.
Alex Wyler, Keanu Reeves, é um arquitecto que resolve um dia arrendar uma casa junto a um lago, casa essa cuja construcção revela a história da vida do seu próprio pai, como se uma vida e uma casa se interligassem na perfeição.
Kate Forster, Sandra Bullock, é uma médica algo perdida na vida e que sofre, tal como Alex, com o crescente isolamentodas pessoas.
Quando arrendaram a casa da Lagoa, nem sonhavam o que lhes iria suceder...
Será possível cheirar as flores sem as ver?
Será possível namorar separado pelo tempo e pela distância?
Será possível viver com a tomada de consciência de que afinal era aquela pessoa, anos depois, e já não poder fazer nada pois o futuro e o passado são inconcilíaveis?
O centro da metáfora está na forma como Alex e Kate sofrem e tentam ultrapassar a distância, cada um no seu tempo, através de gestos surpreendentemente lindos, ao fim e ao cabo, de tremendas demonstrações de amor!
Uma banda sonora singela e adequada, uns planos e umas desfocagens que conferem uma rara beleza ao lago, Jack, uma cadela apaixonante e claro, um final de cortar a respiração capaz de nos fazer soltar uma lágrima.
Meus amigos, mais um filme imperdível...
“E se vives uma vida inteira e afinal não há ninguém à tua espera?”
Abraços
Eugénio Rodrigues (28.07.06)